Prefeitura promete reabrir “morada eterna de Pedro” em junho

Prefeitura promete reabrir “morada eterna de Pedro” em junho

Pessoal, como será que vai a “morada eterna” do imperador Dom Pedro 1º e de suas duas esposas, as imperatrizes Leopoldina e Amélia, localizada no vão oco do Monumento à Independência?

A Cripta Imperial segue em reformas e está fechada ao público. Ela abriu brevemente em setembro do ano passado para as celebrações do bicentenário da Independência do Brasil.A gente questionou a secretaria municipal de Cultura de São Paulo sobre a reabertura. Ela informou que as obras se encerrarão em maio próximo e que em junho, portanto, a gente vai poder se assombrar outra vez diante dos sarcófagos de nossos antigos monarcas, constituídos de pompa, de granito verde-escuro vindo de Ubatuta (litoral norte de SP) e de bronze fundido no Liceu de Artes e Ofícios.

Sim, os despojos mortais de Pedro de Alcântara (1798-1834), exceto seu coração, que está na cidade do Porto, em Portugal; de Maria Leopoldina da Áustria (1797-1826), a primeira imperatriz do Brasil e que deu à luz nosso segundo imperador, Pedro 2º; e de Amélia de Leuchtenberg (1812-1873) estão ali dentro, no ponto mais fundo do local, recobertos com bronze e mármore. Uma visita repleta de aventura e emoção.

Quanto às obras, a secretaria paulistana de Cultura informou que chegaram a 80% de execução, faltando, portanto, um quinto do projeto total.

Foram finalizados os seguintes serviços:

– acessibilidade, com a implantação de novas rampas e de uma plataforma elevatória de acesso direto à Cripta, no subsolo;

– climatização, com a instalação de novos aparelhos de ar-condicionado;

– e resolução de problemas de infiltração de água.

Em abril, a obra encontra-se em fase de finalização do fechamento do teto da Cripta com mármore amarelo.

A prefeitura de SP informou ainda que “não houve modificações nos despojos e sarcófagos”, mas apenas a instalação de uma placa de honra de bronze no túmulo de Amélia.

UM POUCO DE HISTÓRIA: A Cripta Imperial foi inaugurada em 7 de setembro de 1952 com o objetivo de abrigar os despojos de Dom Pedro 1º, que, entretanto, só viriam para esse local vinte anos depois, em 1972.

A Cripta, portanto, foi inaugurada como túmulo vazio e batizado como Cenotáfio (túmulo vazio) do Ipiranga. Em 19 de outubro de 1959, ganharia o nome de Capela Imperial, por determinação do então prefeito de SP, Adhemar de Barros.

Na ocasião do 7 de 52 também foi inaugurada a Pira da Pátria, junto do Monumento à Independência, cuja chama, ininterrupta, simboliza o “amor imorredouro pela pátria”.

A primeira a ocupar a Cripta foi Leopoldina, cujos despojos, trazidos do Rio de Janeiro, foram depositados no local em 12 de outubro de 1954, no quarto centenário da cidade de SP. Pedro chegou em 1972, depois de longa negociação com o governo português, e Amélia, em 1984, também vinda de Portugal.A presença dos despojos imperiais no conjunto do Monumento à Independência, localizado às margens plácidas do riacho do Ipiranga, onde Pedro deu o grito emancipatório, reforçaria, assim, o caráter simbólico de “berço” da nação brasileira.

 

Fonte: Arquivo Jornal “O Estado de S.Paulo” e “A Capela Imperial de São Paulo”, livreto de Eduardo de J. M. do Nascimento

Pintura 1: Dom Pedro, por Simplício Rodrigues de Sá

Pintura 2: Leopoldina, por Joseph Kreutzinger

Pintura 3: Amélia, por Joseph Karl Stieler

Foto 1: demonumenta.fau.usp.br

Demais fotos: secretaria de Cultura da cidade de SP

 

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